Competências Imprescindíveis ao Professor
COMPETÊNCIAS
IMPRESCINDÍVEIS AO PROFESSOR
Por Marcos
Tuler
Competências
são capacidades, habilidades, aptidões ou um conjunto de conhecimentos e
atitudes que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos,
situações ou pessoas que desejamos conhecer.
Para
realizar um trabalho dinâmico, pertinente e eficaz, o professor de Escola
Dominical precisa, no mínimo, desenvolver as seguintes competências:
Competência
para traçar e alcançar objetivos
Um professor do interior
contou-me que para lavrar a terra o agricultor precisa escolher um determinado
ponto à frente, em linha reta, antes de começar a cavar. Isso faz com que a
vala, aberta pelo arado, não fique sinuosa até o fim.
Do mesmo modo os mestres
precisam de direção. Não há como desenvolverem um bom trabalho educativo sem
metas bem delineadas à sua frente. Conforme lecionou Aristóteles, todos os
nossos atos devem ter um fim definido, “à maneira dos arqueiros que apontam
para um alvo bem assinalado”.
Quando o professor prevê as
competências e habilidades que seus alunos revelarão à conclusão de uma
seqüência de ensino, incorpora ao conteúdo didático, oportunidades para que
eles pratiquem comportamentos que estejam de acordo com os objetivos visados.
Um professor cônscio de sua vocação para o magistério jamais propõe atividades
para o simples preenchimento do tempo de aula, uma vez que todas elas deverão
estar de acordo com os objetivos formulados.
Competência
para planejar o ensino
Todo plano, tanto no ensino
quanto em qualquer área da vida humana, é, por sua própria natureza,
esquemático, lacônico e despido de vivacidade. Comparece-se, por exemplo, a
frieza geométrica da planta de uma casa com a beleza, o conforto e o aconchego
dessa mesma residência já construída, mobiliada e com seus alegres moradores.
Na área de ensino, o plano não foge à regra; ele é também esquemático e frio.
Define os objetivos a atingir, o tempo necessário para alcançá-los, as etapas a
percorrer, os recursos a empregar e o método a seguir. Todo esse esquema e essa
linguagem fria, não significam que o ensino a ser ministrado baseado nesse
plano deva ser igualmente mecânico e despersonalizado. Pelo contrário, compete
ao professor que o confeccionou, dar-lhe vida e colorido no ato de sua
execução, impregnando-o de sua personalidade dinâmica, sua vibração, entusiasmo
e amor pelo ensino. Mas, lembrem-se! A despeito de sua importância, o plano não
é uma “camisa de força”, por isso jamais pode ser feito por outra pessoa e
imposto ao professor.
Competência
para orientar a aprendizagem
O
ensino consiste na orientação que se dá aos alunos em seu aprendizado. O
trabalho do educador não se resume em simplesmente apresentar aos alunos
conceitos, idéias e fatos, mas, em conduzi-los no processo de aprender até que
cheguem às suas próprias conclusões a respeito da matéria de estudo. O que o
professor faz só é relevante em função do que leva seus alunos a fazerem. Em
outras palavras, o autêntico educador não é o que apenas aponta o caminho do
conhecimento, mas o que conduz seus alunos diligentemente ao longo desse
caminho. A missão precípua do professor é estimular a busca do conhecimento e
não o apresentar pronto para os alunos na sala de aula.
Tempos
atrás, muitos educadores imaginavam que sua principal responsabilidade docente
consistia na seleção de certa quantidade de informação, para serem amontoadas
na mente dos alunos. Nesse sentido, o bom aluno era aquele capaz de armazenar o
máximo possível desses “dados” e reproduzi-los todas as vezes que fosse
solicitado.
Hoje se sabe que o ensino não
está baseado no que o professor faz para os alunos, mas naquilo que o próprio
aluno faz em decorrência da orientação recebida pelo professor. Isto nos faz
lembrar um adágio popular que diz: “Poderás levar o cavalo até a água, mas não
poderás fazê-lo beber”.
A nobre tarefa de educar vai
além das raias da informação ou mera instrução. Educar tem a ver com
transmissão e assimilação de valores culturais, sociais e espirituais. Quem exerce
apenas tecnicamente a função de ensinar não tem consciência de sua missão
educativa, formadora de pessoas e de “mundos”.
O professor precisa mudar de
postura! Abandonar a cômoda e “honrosa” atitude professoral e assumir,
definitivamente, conforme leciona Carls Rogers, a função de “facilitador da
aprendizagem”.
O
que nossas crianças, adolescentes e jovens se tornarem sob a nossa orientação
na escola, servirá como prova do que de fato representou o nosso ensino para
eles.
Conclusão
São
tantas competências necessárias aos professores, devido à especificidade do seu
trabalho, que jamais esgotaria o tema em espaço tão exíguo. Não é fácil
encontrar alguém que reúna uma boa parte de todos os atributos necessários a um
professor capacitado e idôneo. Por isso, gostaria de concluir este artigo
dizendo que o mestre de hoje não necessita ser um exímio técnico do
conhecimento. O que realmente precisa é de ser um educador em toda a acepção da
palavra. O educador não é um simples professor, no sentido daquele que apenas
ensina uma ciência, técnica ou disciplina. Educadores e professores possuem
natureza e função distintas. Eles não são forjados no mesmo forno.
Os
alunos podem se esquecer das lições de seus mestres, mas, dificilmente da
pessoa que eles representam. Afinal, os melhores professores ensinam as lições
da própria vida.
Se
um educador revela personalidade estável, ajustando-se e enfrentando
ponderadamente os problemas da vida, se sempre combina os ensinamentos de sua
matéria aos seus melhores conhecimentos e habilidades, por certo conduzirá seus
alunos ao âmago de suas próprias experiências. O ensino realmente ocorre quando
os alunos conservam na memória as lições vividas por seus competentes mestres.
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