Como Tornar a Comunicação Eficiente na Sala de Aula
Como tornar a comunicação eficiente na sala de aula?
Por: Marcos Tuler
Há
professores que, por falta de conhecimento ou sensibilidade docente, não
percebem que são maus comunicadores. A impressão que se tem é que se preocupam mais
com a simples exposição de conteúdo do que com a educação propriamente. O
professor pensa que sua função consiste em transmitir conhecimentos e que é
obrigação do aluno ouvir e compreender. Alguns educadores costumam chamar esta
tendência ao monólogo de “salivação”, isto é, o professor fala o tempo todo e
os alunos, em atitude de extrema passividade, apenas ouvem.
A
comunicação entre alunos e professores deve ser multilateral e nunca
unilateral. Em outras palavras, os alunos devem expressar livremente suas
opiniões, ideias e sentimentos. Portanto, é aconselhável que o mestre promova
entre eles debates, discussões, trabalhos em grupos, dinâmicas, incentivando a
troca de experiências e informações.
A raiz do problema
Alguns,
têm suas ideias tão mal, ou tão perfeitamente organizadas, que não há neles
lugar para a imaginação criativa dos alunos. Quando as ideias do professor
estão desorganizadas, sua mensagem é confusa e insegura. Eles ensinam partindo
da seguinte premissa: “Se os alunos mais inteligentes dos primeiros assentos
entendem o que eu falo, todos os demais também entenderão”. Ora, isso é
simplesmente um absurdo!
Em relação à linguagem,
muitos são os que costumam utilizar conceitos ou termos que ainda não existem
na experiência dos estudantes. Ao contrário destes, há os que assumem uma
postura bem mais nociva: não se preocupam em enriquecer o vocabulário dos
alunos.
A
maneira de expor a matéria é outro problema que dificulta a boa comunicação
entre educadores e educandos. Muitos mestres colocam tantas ideias em cada
exposição que somente algumas delas são compreendidas e retidas na mente do
aluno. Falar rápido demais, articular mal as palavras, usar voz baixa e em tom
monótono são comportamentos igualmente perniciosos.
Se existem professores que não utilizam meios
visuais para comunicar conceitos, ou relações que exigem apresentação gráfica,
há também os que utilizam recursos visuais de forma inadequada: por exemplo,
empregam o quadro-negro sem planejamento algum, escrevendo e desenhando ora
aqui, ora ali, com muita confusão e desordem. Aqui está um breve resumo dos
principais problemas que atrapalham a comunicação entre docentes e discentes em
qualquer nível do processo ensino-aprendizagem.
A eficiência da comunicação resulta fundamentalmente da clareza, precisão, simplicidade, criatividade e objetividade da
mensagem.
Identifique o foco de interesse da aula
Seus alunos têm interesse no conteúdo da aula? Em que
tipo de matéria eles têm interesse? Você costuma variar seus métodos?
Os objetivos e os conteúdos merecem atenção especial.
Refletem eles a necessidade e o interesse do aluno? É a partir desse foco que
será realizado o contexto, ou situação estímulo, para que se processe a
aprendizagem. Muitas vezes, a comunicação não se efetiva devido à ausência de
um foco de interesse. O professor fala, e os alunos fazem ou pensam outra
coisa.
Ajuste a mensagem
às condições dos alunos
Você conhece seus alunos? Certamente sua turma é
heterogênea. Você conhece seus alunos individualmente? Qual o nível
intelectual, escolar, sócio-cultural, e espiritual da sua classe?
E quanto ao nível vocabular? E quanto a experiência
cristã?
“Você sabe como seus alunos se relacionam com a comunidade onde vivem?”
“Conhece seus interesses, suas dificuldades e dúvidas?” “Sabe algo sobre seu desempenho
nos estudos seculares ou no trabalho?” “Mantém boas relações com suas
famílias?” “Conhece algum problema em particular em suas vidas?” “O que poderia
dizer sobre seus testemunhos? “Há alguma coisa especial de que necessitam?”
“Você está disposto a passar mais tempo com eles para guiá-los, instruí-los,
consolá-los e desfrutar de sua amizade?” “Tem você orado com e por eles?”
Avalie o potencial
de sua classe
Faça um pré-teste no início de cada lição ou
trimestre. A avaliação prévia ou diagnóstica tem por objetivo
verificar o que a classe não sabe ou até que ponto conhece a matéria.
Tarefas muito difíceis, confusas, ou muito fáceis não
despertam o aluno para a ação. O aluno possui possibilidades de vocabulário que
necessitam ser consideradas pelo professor. Só existe aprendizagem se o aluno
modifica seu comportamento. Entretanto, ele não modificará seu comportamento se
não possuir a base necessária para tal. As experiências dos alunos permitem ou
facilitam a nova aprendizagem? Possuem eles capacidade para entender o que o
professor está informando ou pretende informar?
Organize a mensagem
equilibrando conhecimentos novos com antigos.
Se tudo que se pretende transmitir já é conhecido do
aluno, não há razão para a comunicação. Bem como, se a mensagem for totalmente
estruturada com elementos novos o aluno não terá capacidade de apreendê-la.
Recapitule!
Recapitular envolve três
tempos: Explica o que vai ser estudado; reforça o que está
sendo ensinado e revisa o que foi ensinado.
Quando recapitular? No início da aula, após cada ponto
importante, ao final da lição ou no término de uma série de lições sobre um
mesmo tempo.
Estabeleça uma seqüência permitindo que o aluno avance
progressivamente até à assimilação da informação. Para chegar ao domínio de conceitos
complexos, é necessário partir do exame de conceitos ordinários, sejam estes
dominados ou não pelos alunos.
Seja conciso em sua
exposição
Expor as idéias em poucas palavras é uma virtude
extremamente necessária à práxis docente. Nos desligamos facilmente quando
ouvimos pessoas prolixas. Aquelas que dizem muita coisa, porém, inútil e
irrelevante.
Desenvolva uma linguagem natural. Isto é, que seu
comportamento verbal seja claro, consistente e coerente, expressando idéias bem
conectadas.
Utilize a linguagem
didática
O que é linguagem no ensino? O que é linguagem didática?
A linguagem é o principal recurso de comunicação de que o
professor se utiliza para ministrar informações, prestar esclarecimentos aos
alunos e orientar-lhes todo o processo de aprendizagem.
A linguagem didática se distingue tanto do linguajar
vulgar, indisciplinado e quase sempre incorreto, como do estilo solene e
formalizado. A linguagem didática situa-se a meio termo entre estes dois
extremos.
Características:
Instrutivas e educativas
Instrutivas: Em
relação ao estilo e elocução
Quanto ao estilo, a
linguagem deve ser:
1) Simples, natural e fluente (vacilante, tortuosa,
rebuscada).
2) Sóbria, direta e incisiva (sem rodeios).
3) Clara e acessível (sem termos difíceis, pouco usados e
incompreensíveis; neologismos, excesso de termos técnicos).
4) Exata e precisa (sem ambiguidades, indecisões ou
equívocos).
5) Gramaticalmente correta.
Quanto à elocução, a
linguagem dever ser:
1) Bem articulada e com boa dicção.
2) Enunciada com voz clara e firme.
3) Animada, expressiva e enfática.
4) Evitar maus hábitos, tais como: “hã”, “entendeu”,
“muito bem”, interpolados com intervalos freqüentes.
Obs: O uso de tais enchimentos é, em geral, uma reação
nervosa e reflete uma tentativa oral de tomar tempo para os processos mentais
do professor.
Educativas:
1) Educar o ouvido dos alunos à boa linguagem, correta e
expressiva.
2) Desenvolver nos alunos a apreciação e o bom gosto pela
linguagem correta e apurada.
3) Formar nos alunos o hábito de falar com desenvoltura,
clareza e correção.
CONCLUSÃO
A
emissão, transmissão e recepção do conteúdo didático são componentes da rede de
comunicação entre professores e alunos. É necessário enfatizar que da excelente
comunicação dependem não só a aprendizagem, mas também a admiração mútua, a
cooperação e a criatividade em sala de aula. O professor, que também pretende
ser bom comunicador, precisa desenvolver empatia, ou seja, colocar-se no lugar
do aluno e, com ele, procurar as melhores respostas para que, ao mesmo tempo
que aprende novos conteúdos, desenvolve sua habilidade de pensar.
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